quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Encontro Cultural discute A Ética do Cuidado

Divinópolis (MG) – Na noite de terça-feira, 14 de setembro, o IX Encontro Cultural, realizado no Centro Franciscano, contou com dois momentos importantes.
Primeiramente, houve uma mesa redonda com os membros da Associação de Graduados e Estudiosos de Filosofia, de Divinópolis (AGEFIL), cuja temática foi uma análise do livro de Frei Bernardino Leers ‘Jeito Brasileiro e Norma Absoluta’ (Editora Vozes, 1982).
Para os expositores, Frei Bernardino ao se debruçar sobre esta temática tocou num aspecto valioso do ethos popular brasileiro.
Frequentemente o ‘jeitinho brasileiro’ foi analisado como um modo malandro, contraventor de encarar a realidade. Há, porém, um outro lado, uma vez que é preciso de muito ‘jeito’ para sobreviver num país de poucas possibilidades, sobretudo para os mais pobres.
No segundo momento, houve a conferência ‘o Cuidado e a força da Paráclese’, proferida pela profa. Maria Inês de Castro Millen, teóloga ligada ao Centro de Estudos Superiores (CES), de Juiz de Fora.
Para a teóloga, “assumir o paradigma do cuidado no âmbito da ética da vida traz enormes desafios, pois supõe uma reorganização do pensar e uma reorientação do agir. Talvez, o primeiro desafio ético seja o de despertar o cuidado adormecido no ser. Ele aparece nas pessoas, e também nos animais, de modo rudimentar, como instinto de sobrevivência. Só que o ser humano não pode parar aí. Ele é chamado a ir além. É chamado a cuidar de si, dos outros e do mundo, não só por causa de si, não só para sobreviver, mas para viver, porque viver, para si e para os outros, é muito mais do que apenas existir. Mas, para isto, é preciso saber ouvir o clamor da Vida e se deixar afetar pela vida mesma, que está em si e também no outro”.
Dizendo da ação do Espírito, o qual motiva, ergue a pessoa, Este “está relacionado com a flexibilidade, com a leveza. Flexibilidade que não pode ser confundida com relativismo ético. Flexibilidade enquanto maleabilidade, capacidade de adaptação, paciência para suportar tensões sem se romper. O contrário de rigidez, de intolerância, de fixismo, de esquemas fechados e definitivos, impermeáveis ao diálogo e à concórdia. Os inflexíveis têm a cerviz dura, o coração enrijecido e estão distantes de Jesus”.
A noite contou ainda com a presença de um grupo musical que abrilhantou a todos com músicas populares.

Por Frei Oton Junior, OFM.

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