quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

A adoração dos animais

Eu a recolhi, em janeiro de 2008, em uma de minhas passagens por
Nanuque, no bar da Tia Bela, no bairro Esperança, bem defronte ao
bairro S.Cristóvão, de cuja regulamentação tive a alegria de
participar. O Sr. Roque Gomes Ribeiro foi quem no-la relatou com seu
estalo abaianado.

O jegue é considerado um animal resistente, dócil, muito serviçal. É
respeitado como um animal abençoado, uma vez que carregou, dias a fio,
Maria e o menino Jesus, na fuga para o Egito.

As rolinhas, simples, humildes e ingênuas iam atrás apagando os
rastros do animal, para não deixar pistas aos batedores de Herodes que
procuravam eliminar o futuro rei de Israel, prenunciado pelos
profetas.

O galo, altaneiro, esticando pescoço, gritava a todo vento: “Jesus nasceu”.

O boi, com sua voz cavernosa, interrogava: “onde”?

O carneirinho, alegre, respondia:” Em Belém, em Belém”!

O bem-te-vi, assanhado, grita do galho da árvore: “Bem que eu vi”!

O bode preto, considerado como mentiroso, pedaços de seu corpo são
usados pela Macumba, nas encruzilhadas, como despacho, malefício
contra alguém, sussurava:

“mente, mente, mente”!

Muita alegria neste Natal ao se encontrar com seus familiares, com
seus amigos, na companhia da mansidão e espírito de serviço do jegue;
com a simplicidade das rolinhas; com a efusividade do galo: com a
curiosidade do boi; com a pureza do carneirinho; com o entusiasmo do
bem-te-vi; e longe da falsidade do bode.

Frei Cristóvão Pereira ofm.

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