No dia 4 de março de 2012, Frei Antônio Francisco Blankendaal presidiu a celebração dos 100 anos da chegada de Frei Samuel Tetteroo em Jequitinhonha. A missa aconteceu na matriz São Miguel e Almas, às 19:00 hs. Estiveram presentes os frades: Frei Márcio Carneiro Cabral (concelebrante) e Frei Luciano Lopes.
Na procissão de entrada dois coroinhas vestidos de hábito franciscano representaram os dois primeiros frades que atuaram em Jequitinhonha, Frei Samuel e Frei Feliciano. Nas mãos trouxeram o símbolo franciscano: a cruz de São Damião e um par de sandálias franciscanas.
No final da celebração, o grupo de jovens da Paróquia fizeram uma homenagem aos 100 anos da chegada dos primeiros freis franciscanos em Jequitinhonha. Frei Antônio convidou todos os fiéis presentes a festejar com um bolo preparado de quase 3 metros de comprimento.
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Conheça um pouco da história
No dia 4 de março de 1912, Frei Samuel Tetteroo chegava a Jequitinhonha (MG). Nesse mesmo ano, o bispo de Diamantina, Dom Joaquim Silvério de Souza, ofereceu aos franciscanos a Paróquia São Miguel, distante 140 Km de Araçuaí e 230 Km de Teófilo Otoni. Desde 1870, estava à frente da paróquia o padre Emerenciano de Oliveira, já idoso, tinha 40 anos de serviço paroquial. Os frades estabeleceram sua residência na cidade vizinha, Joaíma, 30 km de Jequitinhonha. Por isso, os frades deviam iniciar suas atividades apenas como seus coadjutores e evitar atritos com o velho pároco, após sua morte poderiam assumir definitivamente o encargo pastoral. Em 1917 o Padre Emerenciano já doente, sempre chamava um dos freis para celebrar na matriz. Em novembro de 1920 o Padre Emerenciano veio a falecer.
Segundo o relatório de Frei Samuel: “Lá fora nas matas, aonde o vigário não ia mais, poderíamos trabalhar livre e independente; em São Miguel, porém, exercíamos nossas funções sacerdotais somente a pedido do vigário”.
No dia 10 de setembro de 1913, Frei Júlio Berten, Comissário da Santa Cruz (1911-1922) enviou Frei Feliciano Smitz para ajudar Frei Samuel no trabalho de evangelização na Região do vale de Jequitinhonha e também uma boa parte de Teófilo Otoni.
Frei Samuel permaneceu exercendo atividades pastorais até o dia 9 de abril de 1916. Ele ficou 10 anos no Brasil e depois voltou para gozar férias na Holanda. Muita gente chorou a sua saída e rezavam para que Frei Samuel voltasse em breve. Mas nem todos estavam tão bem dispostos. Frei Samuel era não somente zeloso como também muito rigoroso com os muitos abusos que dominavam entre a população tão pouca civilizada e instruída na fé. Ele não deixava de repreendê-los. Em dezembro de 1916 quando retornava para o Brasil, foi avisado em Teófilo Otoni por uma carta escrita pelo Frei Júlio Berten, Comissário da Santa Cruz de não voltar mais para Joaíma e Jequitinhonha, pois muitos lá não lhe eram favoráveis e porque até sua vida estava ameaçada, caso voltasse.
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